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60 Anos do Comício Histórico de Jango na Central do Brasil: Uma Reflexão Sobre o Legado Político e Social

"Evento histórico relembrado como ponto de partida para a radicalização política e o desfecho trágico que marcou a história do Brasil"

(Foto reprodução: Acervo LEMAD/USP)

 

Há seis décadas, o Brasil testemunhava um dos momentos mais emblemáticos de sua história política: o Comício da Central do Brasil. Na noite de 13 de março de 1964, o presidente João Goulart, conhecido como Jango, subia ao palanque em um esforço de mobilização popular em prol das tão almejadas reformas de base. Diante de uma multidão de 200 mil pessoas na Praça da República, no Rio de Janeiro, Jango discursava sobre temas como reforma agrária, diminuição dos aluguéis e nacionalização de refinarias de petróleo.


O comício, organizado pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e apoiado por diversas entidades sindicais e políticas, representava uma tentativa do governo de enfrentar a crescente oposição no Congresso Nacional e a crise econômica que assolava o país. No entanto, o clima tenso da época era evidente, com ameaças de atentado rondando o evento.


A presença marcante de Maria Thereza Goulart ao lado do presidente no comício também é lembrada, destacando o papel das mulheres em um cenário político predominantemente masculino. Enquanto isso, nos bastidores, as forças contrárias a Jango se organizavam, culminando na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, seis dias depois.


Para muitos historiadores, o Comício da Central do Brasil foi um marco que antecedeu o Golpe Militar de 1964. Embora não seja o único fator determinante, o evento simbolizou a radicalização política e a divisão social que culminaram na deposição de João Goulart e no início de um regime autoritário que marcaria o país por mais de duas décadas.


Hoje, passados 60 anos, a data é lembrada como um momento crucial na história do Brasil, suscitando reflexões sobre os acontecimentos que levaram ao golpe e a importância de preservar a memória para evitar que os erros do passado se repitam. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) promovem eventos para debater e relembrar esse período tão marcante da história nacional.

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