O Ministério Público do Maranhão (MPMA) deu mais um passo na investigação do caso que envolve o ex-deputado estadual José Alves Cavalcante, conhecido como Pastor Cavalcante, e outros seis indivíduos ligados à Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus do Seta no Sul do Maranhão (Comadesma). Através da operação "Damnare Aviritia" ("ganância maldita", em latim), o MPMA solicitou à 1ª Vara Criminal de Açailândia medidas cautelares que incluem o afastamento dos investigados das gerências das igrejas, das gestões financeiras e a proibição temporária do uso de veículos apreendidos.
A investigação teve início em agosto de 2020, quando o MPMA abriu um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos por parte do Pastor Cavalcante. A quebra de sigilo bancário e fiscal revelou um suposto esquema de "rachadinha", no qual o pastor se apropriava de parte da remuneração de assessores nomeados para o seu gabinete na Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema).
Além disso, foram detectadas movimentações financeiras atípicas nas contas dos investigados, das igrejas e da Comadesma, presidida pelo Pastor Cavalcante. Indícios de lavagem de dinheiro, apropriação indébita de valores das igrejas e enriquecimento ilícito também foram encontrados.
Documentos apontam que a família Cavalcante possui mais de 27 propriedades, incluindo terrenos em Açailândia e fazendas adquiridas em 2024 pelo valor de R$ 8 milhões. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) observou movimentações de R$ 27 milhões nas contas de José Cavalcante, Jefte Cavalcante e José Felix nos últimos três anos, valor muito superior aos R$ 2,85 milhões declarados por José Cavalcante à Justiça Eleitoral.
O MPMA alega que há prejuízos constantes às organizações religiosas devido aos crimes de lavagem de dinheiro e desvio de valores da convenção, bem como influência dos investigados na colheita de provas.
O desenrolar dessa operação promete trazer à tona detalhes sobre a suposta má gestão financeira e administrativa nas igrejas, deixando em alerta não apenas os fiéis, mas toda a sociedade maranhense.
Com informações central de noticias Brasil
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