setembro deste ano, uma decisão judicial da Justiça maranhense permitiu que os quilombolas da comunidade Cancela, em São Benedito do Rio Preto, colhessem os alimentos que haviam plantado em território que reivindicam há gerações. A medida veio após intensos protestos da comunidade, que exigia o direito de cultivar e garantir o sustento de suas famílias.
No entanto, um mês depois da decisão, a situação no Quilombo Cancela continua grave. Os moradores relatam que o tempo concedido pela Justiça foi insuficiente para colher toda a mandioca plantada e, agora, enfrentam um cenário ainda mais preocupante. Além da insegurança alimentar, eles relatam o medo constante de sofrerem violência enquanto transitam pelo território. A comunidade quilombola, que tem mais de um século de história, segue lutando pela posse definitiva da terra.
José Hilton, um dos líderes da comunidade, afirmou em entrevista ao Jornal Tambor, que as condições no quilombo estão se deteriorando rapidamente: “Não podemos entrar na roça. Agora tá pior porque se eles verem a gente eles querem matar. Nossa situação tá triste, nossos filhos vão pra escola sem comer, pra comer lá, porque em casa nós não temos”, disse emocionado.
Além disso, a crise alimentar está afetando diretamente as mães da comunidade, como destacou a moradora Francisca Vieira: “Tem mães em nossa comunidade que não estão conseguindo amamentar seus filhos por conta da falta de comida. Não estamos conseguindo plantar e nem comer”, declarou.
Vanderlei Lima, outro morador, expressou sua indignação com o desmatamento contínuo na região e as consequências tanto para o meio ambiente quanto para a sobrevivência da comunidade. Para os quilombolas de Cancela, a luta pela terra é uma questão de vida ou morte, e a espera por uma solução definitiva da Justiça só prolonga o sofrimento das famílias.
A situação exige respostas urgentes das autoridades, enquanto a comunidade quilombola segue resistindo em meio às ameaças e ao sofrimento diário.
Confira a entrevista na íntegra,
Fonte: Agência Tambor
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